Vale pretende vender areia sustentável feita com rejeito da mineração

A Vale anunciou a criação de uma empresa para a comercializar e distribuir areia fabricada a partir de rejeitos da produção de minério de ferro. Segundo a empresa, o material pode ser utilizado para diversas finalidades, mas a medida visa diminuir a disposição desses materiais em barragens ou pilhas.
De acordo com a Agera, subsidiária da mineradora, a previsão é que sejam vendidos um milhão de toneladas da areia sustentável em 2023, gerando uma receita de R$ 18 milhões.
No último ano, foram produzidos cerca de 47 milhões de toneladas de rejeitos. Mas a expectativa da companhia é de ampliar a fabricação da areia sustentável a partir das operações da mineradora nos próximos anos.
Os rejeitos são gerados a partir do processamento a úmido do minério de ferro, método utilizado atualmente em 30% da produção da Vale, sendo compostos basicamente de sílica, o principal componente da areia, e óxidos de ferro. Cerca de 70% a 80% dele do material enviado às barragens é arenoso.
A Agera estará localizada Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde receberá areia produzida a partir do tratamento dos rejeitos e promoverá sua comercialização e distribuição. Segundo a mineradora, para cada tonelada da areia sustentável, uma tonelada de rejeitos em suas barragens de rejeito de minério de ferro deixa de ser fabricada.
Segundo Fábio Cerqueira, diretor de negócios da Vale, cerca de 900 mil toneladas do produto já foram destinadas à construção civil e a projetos de pavimentação rodoviária. A meta é que cerca de 2,1 milhões de toneladas sejam destinadas em 2024, com crescimento de R$ 63 milhões na receita, e de 3 milhões de toneladas em 2025.
A areia é produzida na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, responsável por um total de 3,6 milhões de toneladas de rejeitos de minério de ferro produzidos em 2022.
Já a mina de Viga, em Congonhas, respondeu por uma pequena parcela da produção, com previsão de que nos próximos meses a fabricação de areia a partir dos rejeitos da mineração no Sistema Cauê, em Itabira, seja iniciada.
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