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Construção civil deve fechar 2024 com crescimento de 4,1%, acima da média do PIB Nacional


O ano de 2024 foi marcado por um crescimento expressivo na construção civil no Brasil. De acordo com o IBGE, o setor registrou uma alta de 4,1% no acumulado dos três primeiros trimestres, superando a média nacional. Esse avanço foi impulsionado por programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, e pela retomada econômica pós-pandemia, que aqueceu os mercados imobiliário e de infraestrutura.


Segundo análise da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) e do Sinduscon-SP, o setor apresentou um crescimento acumulado de 21,2% desde o início da pandemia até o final do terceiro trimestre de 2024. No entanto, ainda está cerca de 16% abaixo do pico histórico alcançado no início de 2014, conforme destacou Ieda Vasconcelos, economista-chefe da CBIC.


Durante coletiva do Sinduscon-SP, Ana Castelo, economista da FGV Ibre, afirmou que o crescimento da construção é robusto. “O setor voltou a ser um dos protagonistas da economia brasileira, com impactos diretos no emprego e na geração de renda”.


De acordo com o presidente do Sinduscon-SP, Yorki Estefan, o ano foi muito favorável para o setor da construção civil, mas também trouxe muitos desafios. “A gente encarou o desafio também da remuneração da folha gradual, da folha de pagamento, e temos o desafio ainda da votação da reforma tributária”, aponta.

 

Mercado de trabalho: Novos empregos e salários competitivos


O setor da construção civil voltou a ganhar relevância no mercado de trabalho, alcançando a marca de 3 milhões de empregados formais, um aumento de 4,7% em relação a 2023, segundo a CBIC. No Paraná, os dados do Sinduscon-PR apontam que o número de trabalhadores formais chegou a 180 mil, com Curitiba concentrando 53 mil desses postos.


Entre janeiro e outubro de 2024, foram criadas mais de 230 mil novas vagas formais, com destaque para jovens entre 18 e 29 anos, que representaram cerca de 52% das contratações. O total de trabalhadores com carteira assinada atingiu 2,978 milhões, igualando os níveis de 2014.


O salário médio de admissão em outubro foi de R$ 2.335,69, posicionando a construção civil como o segundo setor mais bem remunerado do país, acima da média nacional de R$ 2.153,18.


Além do aumento na empregabilidade, os salários médios de admissão na construção civil superaram a média nacional, atingindo R$ 2.335,00, refletindo a crescente valorização do setor. “Esse dado surpreende quem desconhece a dinâmica da construção, que oferece bons salários e excelentes oportunidades”, destaca Ieda Vasconcelos, economista-chefe da CBIC.

 

Mercado imobiliário e insumos: Expansão acelerada


O mercado imobiliário brasileiro viveu um ano de forte crescimento em 2024. Foram vendidas 292 mil unidades novas entre janeiro e setembro, representando um aumento de 20% em comparação ao mesmo período de 2023.


Os lançamentos também cresceram, superando 260 mil unidades, uma alta de 17%.


Em Curitiba, os números foram ainda mais expressivos. Segundo o Sinduscon-PR, os lançamentos na capital paranaense aumentaram 70%, ultrapassando 11 mil unidades, enquanto as entregas subiram 40%, consolidando o aquecimento do setor na região.


O crédito imobiliário também acompanhou o ritmo de expansão. O FGTS financiou 516.207 unidades nos primeiros dez meses de 2024, um aumento de 28,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, movimentando R$ 107,3 bilhões (crescimento de 37,8%).


Já o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) financiou 469.531 unidades, com alta de 12,7%, somando R$ 154,1 bilhões, o que representou um aumento de 22,6%. Esses indicadores reforçam a relevância da construção civil e do mercado imobiliário como motores do crescimento econômico no país.

 

Crescimento no consumo de cimento destaca aquecimento do setor


Um dos principais indicadores do forte desempenho do setor em 2024 foi o aumento significativo no consumo de cimento. Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, foram comercializadas 64,5 milhões de toneladas no mercado interno, um crescimento de 4% em relação ao período anterior.


Além disso, entre janeiro e outubro de 2024, a produção de insumos típicos da construção civil registrou alta de 5,3%, reforçando a retomada do setor. “Esses números evidenciam o fortalecimento da cadeia produtiva. O aumento no consumo de cimento reflete diretamente o avanço de obras habitacionais e de infraestrutura por todo o Brasil”, destacou Ieda Vasconcelos, economista-chefe da CBIC. Com obras acelerando em várias regiões, o consumo de insumos segue como um termômetro confiável do aquecimento da construção civil.

 

Desafios que se mantém para o setor


Apesar dos resultados positivos, o setor continua enfrentando desafios significativos, como a elevação da taxa Selic e a escassez de funding da caderneta de poupança, que devem dificultar o acesso ao crédito imobiliário, especialmente para classes média e alta. “Embora o FGTS continue a financiar habitações populares, a demanda por crédito supera a oferta, limitando a expansão do mercado”, alerta Marcos Kahtalian, vice-presidente de banco de dados do Sinduscon-PR.


Outro ponto crítico é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede os custos da construção, que registrou alta de 6,34% nos últimos 12 meses, superando a inflação oficial de 4,87%. “A falta de mão de obra qualificada, o aumento dos custos e a elevação nas taxas de juros são fatores que merecem atenção e podem arrefecer o otimismo do setor”, analisa o presidente da CBIC, Renato Correia.


O setor da construção civil entra em 2025 com um clima de otimismo moderado. De acordo com uma pesquisa do Sinduscon-PR, 60% das empresas planejam lançar novos empreendimentos no próximo ano. A continuidade do programa Minha Casa Minha Vida e os investimentos em infraestrutura, especialmente em um ano pré-eleitoral, devem contribuir para sustentar o dinamismo do setor.


Todas as principais entidades do segmento concordam que 2024 foi um ano de retomada e consolidação, marcado por crescimento significativo e resultados sólidos. No entanto, desafios permanecem no horizonte. A elevação dos custos de insumos e as incertezas econômicas indicam que 2025 trará obstáculos.


Com o fortalecimento de programas habitacionais e o foco crescente na qualificação da mão de obra, o setor busca se preparar para superar esses desafios e aproveitar as oportunidades de um mercado que segue em expansão.

 

 

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