Brasil é o país com maior capacidade de produção de hidrogênio verde, aponta estudo
Um estudo do think tank de energia alemão Agora, divulgado recentemente, apontou o Brasil como o país com maior capacidade de renovação de hidrogênio verde. A substituição do carvão pelo hidrogênio verde pode alinhar a produção industrial de aço às metas globais de limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC.
Segundo o levantamento, tecnicamente seria possível chegar a emissões líquidas zero na siderurgia ainda na década de 2040 com o uso do hidrogênio verde.
Outra necessidade seria o investimento em eficiência no uso dos materiais, aumento da reciclagem, aplicação da bioenergia e de soluções de captura e armazenamento de carbono.
A vantagem para o Brasil é que a substituição deve beneficiar os maiores exportadores de ferro a se converterem em fornecedores de commodities verdes. Atualmente, o país sul-americano é o segundo maior exportador de minério de ferro, com 22% do total e fica atrás apenas da Austrália (53%). Em seguida, estão outros três fornecedores internacionais relevantes: África do Sul (4%); Canadá (3%) e Ucrânia (3%).
O estudo aponta que o Brasil tem uma alta capacidade de substituição devido a renovabilidade de sua matriz elétrica e o potencial de crescimento da capacidade solar e eólica.
Ainda segundo o think tank, ao invés de tentar exportar combustível, países como o Brasil deveriam se preparar para investir em “hidrogênio incorporado” na forma de ferro e aço verdes.
“As exportações de ferro verde proporcionarão novas oportunidades aos países que planejam exportar hidrogênio renovável ou de baixo carbono, criando mais empregos no mercado interno e permitindo que os países capturem uma parte adicional de valor agregado da cadeia de valor da siderurgia”, apontou o relatório.
A previsão é que a mudança no comércio internacional de produtos com maior valor agregado poderia alavancar em 18% o valor das exportações e em 16% o mercado de trabalho local.
